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Ademilsom, Danielle, Djenane e Marilene

sábado, 29 de outubro de 2011

BRASIL DE TODOS OS DEUSES!!!!!!!!!!

Nada melhor que um samba enredo para finalizar o trabalho de pesquisa.....
Somos um povo abençoado por todos os Deuses!



 Brasil de Todos os Deuses
Terra abençoada!
Morada divinal
Brilha a coroa sagrada
Reina Tupã, no carnaval...
Viu nascer a devoção em cada amanhecer
Viu brilhar a imensidão de cada olhar
Num país da cor da miscigenação
De tanto Deus, tanta religião
Pro povo, feliz, cultuar


O índio dançou, em adoração
O branco rezou na cruz do cristão
O negro louvou os seus orixás
A luz de Deus é a chama da paz


E sob as bênçãos do céu
E o véu do luar
Navegaram imigrantes
De tão distante, pra semear
Traços de tradições, laços das religiões
Oh, deus pai! Iluminai o novo dia
Guiai ao divino destino
Seus peregrinos em harmonia
A fé enche a vida de esperança
Na infinita aliança
Traz confiança ao caminhar
E a gente romeira, valente e festeira
Segue a acreditar...


A imperatriz é um mar de fiéis
No altar do samba, em oração
É o Brasil de todos os deuses!
De paz, amor e união...



Intolerância Religiosa

por DANIELLE BARCELOS 
A intolerância religiosa tem sido responsável por uma das maiores causas de guerras e conflitos na historia da humanidade, desde os primórdios até a atualidade.
E o que é a intolerância religiosa? É a ignorância e a falta de respeito dos povos, nações, grupos e pessoas em sua individualidade. Acreditam que sua religião é que é a correta, assim, reagem contra grupos e pessoas que acreditam em religiões divergentes as deles, julgando, discriminando, e até mesmo, matando uns aos outros, simplesmente por terem feito escolhas de religiões diferentes, e ainda usam o nome de Deus, que em momento algum pregou o extermínio de um povo.
 Todo ser humano tem o livre arbítrio de escolher o seu caminho. Diante disto, respeitar o próximo é um conceito fundamental para um convívio sadio e amigável entre as pessoas, sejam elas de qual for a religião ou credo.
A intolerância religiosa está em todos os lugares, as crianças já aprendem conceitos errados sobre religião desde muito pequenos quando iniciam na escola, pois muitas escolas tentam de maneira errada, impor alguma religião, sendo que a maneira correta seria ensiná-los a respeitar o próximo. Sendo assim, cabe a nós pais e familiares ensinar a nossas crianças conceitos e valores, pois devemos respeitar as diferenças dos outros para que respeitem as nossas, independente de religião, credo ou cor.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

roteiro de trabalho para o desenvolvimento da pesquisa


+"Do batuque à àgua benta" - A intolerância Religiosa.
  •  O que é intolerância?      
  • O que leva as pessoas a terem preconceito contra as religões de matriz africana?
     Intolerância religiosa é um conjunto de ideologias e atitudes ofensivas a diferentes crenças e religiões. Em casos extremos esse tipo de intolerância torna-se uma perseguição. Sendo definida como um crime de ódio que fere a liberdade e a dignidade humana, a perseguição religiosa é de extrema gravidade e costuma ser caracterizada pela ofensa, discriminação e até mesmo atos que atentam à vida de um determinado grupo que tem em comum certas crenças.
    As liberdades de expressão e de culto são asseguradas pela Declaração Universal dos Direitos Humanos e pela Constituição Federal. A religião e a crença de um ser humano não devem constituir barreiras a fraternais e melhores relações humanas. Todos devem ser respeitados e tratados de maneira igual perante a lei, independente da orientação religiosa.
    O Brasil é um país de Estado Laico, isso significa que não há uma religião oficial brasileira e que o Estado se mantém neutro e imparcial às diferentes religiões. Desta forma, há uma separação entre Estado e Igreja; o que, teoricamente, assegura uma governabilidade imune à influência de dogmas religiosos. Além de separar governo de religião, a Constituição Federal também garante o tratamento igualitário a todos os seres humanos, quaisquer que sejam suas crenças. Dessa maneira, a liberdade religiosa está protegida e não deve, de forma alguma, ser desrespeitada.
    É importante salientar que a crítica religiosa não é igual à intolerância religiosa. Os direitos de criticar dogmas e encaminhamentos de uma religião são assegurados pelas liberdades de opinião e expressão. Todavia, isso deve ser feito de forma que não haja desrespeito e ódio ao grupo religioso a que é direcionada a crítica. Como há muita influência religiosa na vida político-social brasileira, as críticas às religiões são comuns. Essas críticas são essenciais ao exercício de debate democrático e devem ser respeitadas em seus devidos termos.

    Como Identificar
    Há casos de explícita agressão física e moral a pessoas de diferentes religiões, levando até mesmo a homicídios. Entretanto, muitas vezes o preconceito não é mostrado com nitidez. É comum o agressor não reconhecer seu próprio preconceito e ato discriminatório. Todavia, é de fundamental importância a vítima identificar o problema e denunciá-lo.
    O agressor costuma fazer uso de palavras ofensivas ao se referir ao grupo religioso atacado e aos elementos, deuses e hábitos da religião em questão. Há também casos em que o agressor desmoraliza símbolos religiosos, queimando bandeiras, imagens, roupas típicas e etc. Em situações extremas, a intolerância religiosa pode se tornar uma perseguição que visa o extermínio de um grupo com certas crenças, levando a assassinatos, torturas e enorme repressão.

    Como Denunciar
    Ao denunciar um crime de intolerância religiosa a vítima deve exigir que o caso seja tratado com grande responsabilidade e que haja a elaboração de um Boletim de Ocorrência. Em caso de agressão física é de essencial importância que a vítima não limpe ferimentos nem troque de roupas, já que esses fatores constituem provas da agressão. Além disso, a vítima deve exigir a realização de um Exame de Corpo de Delito para a avaliação da agressão. É válido lembrar que se a ofensa ocorrer em templos, terreiros, na casa da vítima e etc, o local deve ser deixado da maneira como foi encontrado para facilitar e legitimar a investigação das autoridades competentes.
    A denúncia e busca por justiça em casos de intolerância e perseguição religiosa são mais do que um direito do cidadão: também são um dever. Denunciar o preconceito ajuda futuras vítimas e toda a sociedade. Qualquer tipo de ofensa, tanto moral quanto física, deve ser denunciada. Todos os tipos de Delegacia têm o dever de averiguar casos desse tipo
    http://www.guiadedireitos.org/index.php?option=com_content&view=article&id=1041&Itemid=263

    • O histórico religioso: as questões sobre a religião do branco X a religião do negro. 

    Intolerância religiosa, Educação Brasileira e o Candomblé:

    Marilene Santiago de Oliveira
    ( Esse trabalho foi apresentado por mim, ao Programa de Pós-graduação em Educação como parte do processo seletivo 2012 para o Mestrado Acadêmico em Educação)
                                                                                            

    Introdução:

          A questão da religiosidade africana, presente entre nós, também faz parte da nossa cultura e deve ser abordada no espaço escolar. A escola contribui para o processo de construção de identidades e é seguindo esta concepção, dentro de uma educação plural, que se propôs o ensino de História e Cultura Afro-brasileira e Africana, que deve perpassar todas as disciplinas nas escolas públicas brasileiras. Ao tratarmos de um tema específico, o candomblé, nós procuramos contribuir para que as origens dessa religião possam ser discutidas em sala de aula. Vemos a cultura africana ser recriada no Brasil como forma de manter as suas tradições ancestrais e fazer frente aos colonizadores portugueses, como práticas de resistência e, às vezes, como lutas silenciosas e veladas que transcenderam tempos e espaços e se solidificaram, sobrevivendo até os dias atuais.
    Reconhecer que somos diferentes para estabelecer a existência de uma diversidade cultural no Brasil não é suficiente para combater os estereótipos e os estigmas que ainda marginalizam milhares de crianças, jovens e adultos em nossas escolas bem como em sociedade.  Candau (2005) afirma que:

    “Não se deve contrapor igualdade a diferença. De fato, a igualdade não está oposta à diferença, e sim à desigualdade, e diferença não se opõe à igualdade, e sim à padronização, à produção em série, à uniformidade, a sempre o “mesmo”, à mesmice”. (CANDAU, 2OO5, p. 19).

     Reconhecer a diferença é questionar os conceitos homogêneos, estáveis e permanentes que os excluem ou os tornam diferentes. As certezas que foram socialmente construídas devem se fragilizar e desvanecer. Para tanto, é preciso desconstruir, pluralizar e ressignificar com o objetivo de reinventar identidades, subjetividades, saberes, valores, convicções e horizontes de sentidos. Somos obrigados a assumir o múltiplo, o plural, o diferente, o híbrido, na sociedade como um todo (CANDAU, 2005).
    Falar sobre diversidade não pode ser só um exercício de perceber os diferentes, de tolerar o “outro”. Antes de tolerar, respeitar e admitir a diferença é preciso explicar como essa diferença é produzida e quais são os jogos de poder estabelecidos por ela. Como nos alerta Tomaz Tadeu da Silva (2000), a diversidade biológica pode ser um produto da natureza, mas o mesmo não se pode dizer sobre a diversidade cultural, pois, de acordo o com autor, a diversidade cultural não é um ponto de origem. Ela é, em vez disso, um processo conduzido pelas relações de poderes constitutivos da sociedade que estabelece o “outro” diferente do “eu” e o “eu” diferente do “outro” como uma forma de exclusão e marginalização.

    A relação entre as Leis 10.639/2003 e 9.475/1997 com a Educação Brasileira e o Candomblé:

    Embora seja o Brasil um país diversificado, a tradição do seu processo de educação tem sido singular, pautada no modelo europeu, por conseguinte, etnocêntrico, ao excluir os demais segmentos de sua sociedade, principalmente, os segmentos em que os africanos e seus descendentes, estão inseridos. Tais exclusões contemplam tão somente um pequeno grupo numérico de sua população, a elite branca brasileira, que por séculos se constituiu como detentora dos poderes políticos e econômicos. Por isso, ela sempre manipulou e ainda manipula os acessos por parte da população à educação e aos espaços sociais de ascensão e poder.
    Não é de hoje que a educação vem sendo considerada pelos atores da luta contra o preconceito étnico como um espaço estratégico de atuação, pois dentro deste espaço se reproduz um modelo de educação fundado nos valores civilizatórios ocidentais, numa perspectiva hegemônica, negando a diversidade existente na sociedade brasileira, produzindo assim uma ideologia de inferiorização das civilizações africanas que estão presentes no cotidiano das escolas.
    A escola é o espaço onde a diversidade se encontra formada por pessoas iguais entre si, já que pertencem à espécie humana e, ao mesmo tempo diferentes, já que são muitos os povos cujas culturas são bem distintas. A diferença não significa a desigualdade social, e sim o direito de ser, e viver uma identidade própria e diferente das demais.
    Essas diferenças tão presentes na identidade do povo brasileiro e de suas realidades foram e continuam sendo motivos de relações desiguais, desencadeando preconceitos e discriminação.
    A legislação brasileira preconiza uma educação plural, um ensino diversificado, uma escola laica em que todos possam ter acesso, principalmente aqueles secularmente explorados e negados, com inclusão de todos os conhecimentos, tradições, saberes e credos dos povos existentes no país.
                Por muito tempo, o Estado Brasileiro oficialmente católico proibiu severamente todas e quaisquer, formas de expressão religiosa de matriz africana, ditando os dogmas cristãos do ensino religioso nas escolas.
    Como se não bastasse, temos também que lidar na atualidade com a intolerância desmedida dos novos desdobramentos religiosos protestantes conhecidos como neo-pentencostais, que não somente negam, mas também deturpam e tentam silenciar todos os demais credos, especialmente os de matrizes africanas, agredindo física e moralmente aqueles que os professam. Algumas vezes, chegam, tal como o Estado fazia outrora, a invadir propriedades alheias e depredar patrimônios. Tais posturas, marcadas pela preconceito, estão presentes da mesma forma nos ambientes escolares.
    Se a Lei 9475/1997 diz no seu artigo 33 que o ensino religioso é parte integrante da formação básica e que deve ser assegurado o direito à diversidade e vetadas quaisquer formas de proselitismo religioso, então, pois, não cabem posturas marcadas pelo preconceito, intolerância e fundamentalismo religioso por parte das instituições escolares e de seus educadores incorrendo na violação da lei, silenciando, negando e excluindo o sentimento de fé dos nossos ancestrais africanos.
    Embora queiram de todas as formas negar a nossa identidade nacional, esta se destaca pelos vários processos culturais que são irradiados principalmente pelas religiões de matrizes africanas, que aqui expandiram valores civilizatórios capazes de gerar equilíbrio, sobretudo psíquico, para crianças, jovens e até mesmo adultos, ante as situações coercitivas impostas por tais educadores nos ambientes escolares.
    O massacre cultural sofrido pelos alunos de religiões diferentes da religião cristã é enorme, sobretudo com alunos oriundos de culturas ditas populares, nem reconhecidas pelo sistema, nem pela comunidade escolar. Tais alunos são obrigados a silenciarem sua fé e sendo assim, percebemos que a construção da identidade étnico-racial dos povos negros no Brasil costuma ser quase sempre uma história de negação e de luta por afirmação.
    A Lei 10.639/03 nos assegura a contemplação de um trabalho pautado também na diversidade de credo no contexto escolar, sem necessariamente fazer proselitismo, como tem acontecido até então. Inclui-se obrigatoriamente as religiões do continuum civilizatório milenar bem como dos povos africanos secularmente silenciados, deturpados e negados dentro e fora do ambiente escolar.
    A Lei obriga o ensino da História e Cultura Africana e Afro-brasileira, entendendo a religião como parte constituinte da cultura nacional. Eis a oportunidade conquistada para quebrar omissões que tanto mal têm causado a nossas crianças, adolescentes, jovens e adultos professantes de tal credo.
    Contudo, apesar de ser parte constituinte da legislação brasileira, as instituições escolares continuam procedendo como melhor apraz a cultura hegemônica. Se na teoria a escola diz cumpri-la, na prática essa afirmação passa bem ao largo da verdade dos fatos.

    Fundamentos teóricos

    Há muito se diz que o Brasil é um país rico em diversidade étnica, cultural e religiosa. Contudo, ao longo de nossa história, têm existido preconceitos, relações de discriminação e exclusão social que impedem muitos brasileiros de ter uma vivência plena de sua cidadania.
    Sendo assim, faz-se necessário refletir sobre a diversidade num pensar das diferenças, respeitando o próximo e promovendo a alteridade, pois a educação é direito de todos. A escola como espaço social de encontro dessas diversidades tem o papel de possibilitar aos educandos e educadores o conhecimento das diferenças.
    De acordo com Souza e Souza (2008), é no ambiente escolar que os educandos podem se dar conta de que somos todos diferentes e que a diferença não deve pautar a construção de relações desiguais. É nesse espaço que eles podem se dar conta de que podem ser, junto com os educadores/as, os promotores da transformação do Brasil num país onde haja direitos iguais e respeito à diferença.
    O cotidiano da escola permite viver algo da beleza da criação cultural humana em sua diversidade e multiplicidade. Partilhar um cotidiano onde o simples “olhar-se” permite a constatação de que o fato de serem todos diferentes traz a consciência de que cada pessoa é única e, exatamente por essa singularidade, insubstituível (BRASIL, 1997).
    Assim, cabe a escola em seu currículo buscar construir relações de confiança para que o educando possa perceber-se e viver como um ser em formação: e para que a manifestação de características culturais e religiosas seja partilhada com seu grupo de origem sendo trabalhada como parte de suas circunstâncias de vida e não sendo impeditiva do desenvolvimento de suas potencialidades pessoais.
                O currículo escolar não é um conjunto neutro de objetivos socialmente recomendados, externos e passíveis de mero aprendizado do educando, onde o papel do educador é apenas transmitir conhecimento. Um currículo expressa, ao contrário, relações de poder e modos particulares de ver o mundo, afetando decisivamente a percepção dos educandos. Para Sacristán (1995), o currículo precisa ser multicultural e real, à medida que a aprendizagem depende da interação entre educador-educando, ou entre os próprios educandos, através da forma com que as atividades são desenvolvidas. Por isso, o currículo real na prática é a conseqüência de se viver uma experiência e um ambiente prolongado que propõem todo um sistema de comportamento e de valores e não apenas de assimilação dos conteúdos.
    Não basta incluir a noção de diversidade cultural, mais especificamente a cultura afro-brasileira numa ou noutra disciplina, conforme a lei nº. 10.639/03. É preciso levar em conta que essa diversidade se expressa também no diálogo interpessoal em sala de aula e na troca de experiências em que são comunicados valores, crenças, aptidões e comportamentos. Essa constatação implica em transformar o processo de ensino-aprendizagem desenvolvido pela e na Educação institucionalizada. Embasando-nos em Sacristán (1995), percebemos que o currículo multicultural no ensino implica mudar não apenas as intenções do que queremos transmitir, mas os processos internos que são desenvolvidos na educação institucionalizada. Nesse aspecto é preciso trabalhar em duas direções: criar materiais específicos para objetivos concretos e revisar o conteúdo, os exemplos, as ilustrações dos materiais existentes, já que eles costumam ser fonte de visões demasiadamente etnocêntricas e desvalorizadoras da experiência cultural de outros grupos.  Segundo Garcia (1995, p. 141):

    Para se construir uma sociedade nova é preciso criticar/ desconstruir o modelo neoliberal em curso, que exclui grandes contingentes da população, e criar/ reconstruir uma sociedade que se paute pela inclusão de todos os que contribuem com seu trabalho para a produção de riquezas, independente de sua classe social, gênero, raça e etnia. Esta nova sociedade será uma sociedade multicultural, em que a diferença não mais será estigma, assumindo a sua enriquecedora potencialidade.

    A partir disto, um dos grandes desafios que se coloca para o Brasil hoje é construir um currículo emancipatório, uma nova sociedade amorosa e solidária em que o “diferente” não seja considerado “bárbaro”, e sim respeitado em sua diferença, podendo participar da construção coletiva de uma sociedade multicultural, assumida como mestiça. Como afirma Garcia (1995, p. 117):
    Currículo emancipatório de um povo, de uma classe social, de uma raça, de um gênero, explorados e negados historicamente por outros povos, outra classe social outro gênero, outra etnia. Currículo comprometido com a construção de uma identidade perdida nos tempos, no perverso processo de dominação.

    Nesse sentido, compete às escolas organizarem em seus currículos escolares os conteúdos relacionados à Cultura Afro-brasileira e trabalharem a alteridade nas relações étnico-raciais.
    Essas relações devem estar baseadas no respeito às diferenças conforme considerações dos Parâmetros Curriculares Nacionais no qual argumentam-se que “Respeitar e valorizar as diferenças étnicas, culturais e religiosas não significa aderir aos valores do outro, mas, sim, respeitá-los como expressão da diversidade, respeito que é, em si, devido a todo ser humano, por sua dignidade intrínseca, sem qualquer discriminação (BRASIL, 1997).
    De acordo com Markus (2002), ao propiciar a abertura à alteridade pelo espírito inter-religioso e pelo diálogo, existe uma contribuição para que ocorra a eliminação de preconceitos e se desencadeie o respeito mútuo, que pode conduzir à solidariedade, à justiça e à dignificação da vida.
    Corroborando com Markus (2002) no que concerne a eliminação de preconceitos, Ribeiro e Ribeiro (2008), afirmam que “proporcionar uma educação com vistas a interromper a reprodução de práticas discriminatórias é o desafio posto a todos os educadores e educadoras, além de expressar o comprometimento com uma escola de qualidade, centrada no respeito às diferenças e na diversidade das crianças e adolescentes.
      Souza e Souza (2008) afirma que: “O preconceito relativo às práticas religiosas afro-brasileiras está profundamente arraigado na sociedade brasileira por estas estarem associadas a um grupo historicamente estigmatizado e excluído, os negros.”
    As diferentes manifestações religiosas percebidas pelos educandos com atitudes discriminatórias de certa maneira é compreensível pelo fato de que o “diferente” pode nos causar estranheza e rejeição. Para nos desvincularmos destes preconceitos, será necessário o conhecimento do “diferente” bem como de sua história, e isto não se constrói com a promulgação de apenas uma lei. Talvez sejam necessárias muitas leis, muitas aulas no espaço escolar e na escola da vida, ou até mesmo circunstâncias que nos fazem ver o outro e a religiosidade deste, também de forma sagrada.
    Nelson Mandela (2009) afirma que “a educação é a arma mais forte que você pode usar para mudar o mundo”. Por esse motivo sonhamos com um mundo em que as pessoas compreenderão que não se pode enquadrar o Transcendente, e que o sentimento religioso transcende qualquer denominação religiosa.
    A tarefa é difícil. Mudar é doloroso. Nós educadores temos que acreditar, apesar de tudo, que a melhoria do nosso ensino depende, se não exclusivamente, principalmente de nós.

    Últimas palavras....

    Na condição de Ekéde de Santo/educadora que vivencia essa problemática, constato com pesar que a intolerância religiosa dentro das escolas é um problema grave e ainda invisível para as autoridades e a sociedade.  A principal fonte de discriminação parte de professores das religiões neopentecostais que, historicamente, usam métodos de “demonização” contra os adeptos de religiões de matriz africana como o candomblé e a umbanda. Se o nosso desejo é ter uma educação de qualidade, uma educação que reconheça as diferenças individuais e atinja a compreensão dos conteúdos trabalhados, podemos dar enormes passos com os recursos de que dispomos. O trabalho em equipe e a união de um grupo fazem a diferença. Afinal, quando passamos por algum lugar, deixamos um pouco de nós e levamos um pouco do outro, dividimos os nossos conhecimentos, somamos nossas experiências e ressignificamos os nossos conceitos. Temos ainda muitos caminhos a percorrer e muitos conhecimentos para adquirir.
    Como adepta ao candomblé não posso esquecer que a base de nossa crença é a existência do indivíduo traduzida através do seu ser-estar, implicando em tempo e espaço ou lugar no mundo.  Através do cotidiano, no trabalho ou no lazer, sempre o indivíduo está conectado ao universo social, cósmico, natural e sobrenatural ao mesmo tempo, sendo impossível separar o que é concreto e espiritual, ou determinar o que é sagrado ou profano.
    Outro conceito fundamental na filosofia da existência africana é a importância do grupo: para que a comunidade viva, cada fiel deve participar seguindo o papel que lhe pertence em nível espiritual e terreno.
    Nesse contexto, o exercício da existência volta-se para questões que vão além do poder econômico, o que não exclui a preocupação social e individual com o status.
    Tendo uma visão holística e simbólica da vida, tornamos parte de um todo, ligados, todos em função do cosmos em uma eterna busca pela harmonia e de equilíbrio.


    Referências

    1. VERGER, Pierre Fatumbi. Orixá: deuses iorubas na África e no Novo Mundo. Salvador: Corrupio, 1997.      
    2. NEVES, Amélia Tavares C. (Org.). Identidade negra e religião. ASETT. São Bernardo do Campo: 1986 p. 39.
    1. MCLAREN, Peter. Multiculturalismo revolucionário: pedagogia do dissenso para o novo milênio. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000.
    2. CANDAU, Maria Vera. Sociedade multicultural e educação: tensões e desafios. In CANDAU, Maria Vera (org.). Cultura(s) e educação: entre o crítico e pós-crítico. Rio de Janeiro: DP&A, 2005.
    3. SILVA, Tomaz Tadeu. A produção social da identidade e da diferença. In; SILVA, Tomaz Tadeu (org.). Identidade e diferença: a perspectiva dos Estudos culturais. Petrópolis-RJ: Editora Vozes; 2000.
    4. BRASIL. SECRETARIA DE EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL. Parâmetros Curriculares Nacionais: Pluralidade Cultural e Orientação Sexual. Brasília: MEC/SEF, 1997.
    ______. Ministério da Educação. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional n. 11.645/08. Brasília. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11645.htm.
    ______. Ministério da Educação/ SECAD. Disponível em: http://diversidade.mec.gov.br / sdm/publicação/engine.wsp?tmp.area=8.
    1. GARCIA, R. L. Currículo emancipatório e multiculturalismo: reflexões de viagem. In: SILVA, T. T. e MOREIRA, A. F. (orgs.) Territórios contestados: o currículo e os novos mapas políticos e culturais. Petrópolis: Vozes, 1995.
    2. MARKUS, C. Cadernos do Comin – Culturas e Religiões: Implicações para o Ensino Religioso. São Leopoldo/RS, 2002. Monografia (Especialização em Ensino Religioso). Instituto Ecumênico de Pós-Graduação em Teologia, da Escola Superior de Teologia. Presidência da República. Casa Civil - Subchefia para Assuntos Jurídicos. Revista Diálogo. Cultura Indígena e Educação. São Paulo: Paulus, ano XIV, n.53, p.50, fev/abril.2009.
    3. RIBEIRO, A.S. T.; SOUZA, B. O.; SOUZA, E. P. História e Cultura Afro-brasileira e Africana na Escola. Brasília: Ágere Cooperação em Advocacy, 2008.
    4. SACRISTÁN, G. J. Currículo e Diversidade Cultural. In: MOREIRA, A. F. e SILVA, T.T. (Orgs). Territórios Contestados: O Currículo e os Novos Mapas Políticos e Culturais. Petrópolis: Vozes, 1995.

    • O ensino religioso e a relação entre a escola e o preconceito religioso.
     Muitas vezes a Intolerância e a Perseguição Religiosa acontecem no ambiente escolar. Os professores e alunos devem respeitar-se independente de crenças e costumes religiosos. A matéria de Ensino Religioso não deve ensinar apenas uma religião, mas toda as relações que envolvem as noções de Sagrado. Da mesma maneira, nem o Ensino Regular nem o Ensino Religioso devem buscar converter os alunos a uma determinada crença. Caso isso aconteça, deve ser feita uma reclamação à Diretoria da Escola, à Secretaria de Educação e, em casos de perseguição religiosa, à Polícia.

            Sabemos da :
      • A existência do preconceito religioso em algumas comemorações populares, como o dia de São Cosme e São Damião, o dia de São Jorge, o dia de N.S. dos Navegantes, entre outros.






















      Caminhada contra a intolerância religiosa reúne milhares em Copacabana


      Douglas Corrêa
       http://www.jb.com.br/rio/noticias/2011/09/18/caminhada-contra-a-intolerancia-religiosa-reune-milhares-em-copacabana/



      Milhares de pessoas participaram hoje (18), na praia de Copacabana, da 4a Caminhada em Defesa da Liberdade Religiosa, que reuniu umbandistas, candomblescistas, muçulmanos, católicos, judeus, protestantes, kardecistas, além de adeptos do Santo Daime, hare krishnas, entre outros.
      O babalawo Ivanir dos Santos, representante da Comissão de Combate à Intolerância Religiosa (CCIR), disse que “a intolerância é uma semente para o fascismo”. “Nós não podemos aceitar isso para uma sociedade como a brasileira, que respeita a diversidade”.
      Para Ivanir, as outras religiões começaram a aderir ao movimento com mais compromisso. Segundo ele, inicialmente, a caminhada contava com a participação majoritária de umbandistas e candomblecistas e hoje contabiliza representantes de diversas outras religiões. “Nós não excluímos ninguém. Somos um segmento da sociedade brasileira e tudo que nós fizermos serve para a sociedade no seu conjunto. Foi assim no samba, na cultura popular e a caminhada está se tornando uma causa cidadã porque não é um movimento religioso. É um movimento de religiosos, com cidadania, respeito, dignidade e liberdade.”
      A fundadora da CCIR, a umbandista Fátima Damas, diz que o evento cresceu nos últimos quatro anos. “As pessoas no início participavam timidamente. Hoje nós temos padres, pastores, judeus e as pessoas estão tomando conhecimento gradativamente desse trabalho e estão se aproximando. O nosso interesse realmente é que as pessoas se conscientizem de que não podemos destruir ninguém, não podemos falar mal e não podemos demonizar ninguém”, esclareceu.
      O secretário estadual de Direitos Humanos, Rodrigo Neves, elogiou a caminhada e mostrou-se surpreso com a diversidade de representantes de religiões presentes ao evento. “O Rio tem que ser exemplo de respeito e um lugar em que se encontre uma sociedade mais justa e democrática”, disse.
      O cantor e compositor Arlindo Cruz, ligado ao candomblé, é a atração do show que encerra a caminhada na Praça do Lido.

        O contexto da intolerância:
      "....vale destacar o crescimento relativo do segmento pentecostal/neopentecostal. Este é o segmento que se encontra no centro do debate atual sobre intolerância religiosa, como já destaquei. Melhor ainda, são os representantes destas religiões e os fieis de suas igrejasaqueles que são citados em documentos e em manifestações como os principais ofensores e violadores do respeito fundamental à liberdade de expressão, credo e culto religioso. A organização de maior destaque na articulação para o combate à intolerância religiosa no estado do Rio de Janeiro é a CEAP – Centro de Articulação de Populações Marginalizadas – e a CCIR – Comissão de Combate à Intolerância Religiosa. Os militantes do movimento negro e lideranças de diferentes religiões que se reúnem nestas organizações produziram documentos que apontam os neopentecostais, notadamente a IURD – Igreja Universal do Reino de Deus, como o inimigo número um da liberdade religiosa no Rio de Janeiro e no Brasil.
      Neste contexto, diferentes atores sociais, orientados ideologicamente pelo discurso neopentecostal, seriam responsáveis pela perseguição aos candomblecistas e umbandistas na atualidade. Dentre eles, segundo apresenta a CCIR, estariam os traficantes de drogas nas favelas cariocas. Militantes do movimento contra a intolerância religiosa falam dos ataques que terreiros e centros estariam sofrendo nas favelas, ataques estes desferidos por traficantes orientados e/ou influenciados por pastores locais."
       continue lendo em  http://www.xiconlab.eventos.dype.com.br/resources/anais/3/1307136906_ARQUIVO_TRAFICANTESEVANGELICOSeINTOLERANCIARELIGIOSA-CONLAB2011.pdf





          4. O que precisamos fazer para investigar?
      • Pesquisa bibliografica,
      • Entrevistas com religiosos diversos,
      • Pesquisas em sites,
         5. Área de conhecimento:
      • Sociologia, 
      • Ensino Religioso,
      • História,
         6. Tecnologias a serem utilizadas:


             Computadores conectados a internet.




      GRUPO:
      Ademilsom Boqumpane
      Danielle Barcelos
      Djenane Pinto
      Marilene Santiago
       









      4 / 9A presidenta da Federação Israelita do Estado do Rio de Janeiro (Fierj), Sarita Shaffer, disse que a comunidade judaica participa do evento desde a primeira edição. “Nós estamos vendo a evolução, como as religiões estão iniciando um diálogo. É a tolerância, a coexistência, e é isso que vai fortalecer cad3. Qual contexto